quinta-feira, 8 de abril de 2010


Quinta-feira, 8 de abril de 2010

OUTRAS REFLEXÕES TEÓRICAS:

O letramento é o estado ou a condição que cada indivíduo ou grupo de indivíduos passam a ter a partir da aquisição da língua escrita. A escola se constitui no espaço privilegiado e,ás vezes, único para adquirir capacidades e habilidades que lhe permitam usufruir da cultura letrada, interagir com ela e ampliar suas oportunidades de se apropriar de bens culturais que tem dominado as relações sociais em contextos mais amplos. A escrita é empregada para anotar os acontecimentos considerados importantes para o grupo, para dar recados, organizar a rotina, desfrutar um bom texto. Aprender a ler e a escrever é apropriar-se de um sistema de representação. A alfabetização é a aquisição da tecnologia da escrita e não precede nem é pré-requisito para o “letramento”, ou seja, para a participação nas práticas sociais de escrita, tanto é assim que os analfabetos podem ter um certo nível de “letramento”. A tecnologia da escrita é aprendida por meio de atividades de “letramento”, ou seja, de leitura e produção de textos reais, de práticas sociais de leitura e escrita.
As crianças são muito curiosas. Explorar os mais diferentes tipos de material de leitura; manusear livros, jornais e revistas; ouvir a leitura de contos, poemas, crônicas, reportagens; brincar de ler e escrever ou mesmo criar e a participar de jogos e brincadeiras nas quais a leitura e a escrita são objetos centrais são maneiras de aproximar as crianças da cultura letrada.
As crianças precisam ter oportunidades de observar e reelaborar suas representações sobre o “para que” e “como” as pessoas lêem e escrevem em suas atividades diárias.A leitura em voz alta para as crianças pode despertar o desejo de ser leitor. Ressaltar a importância de se lerem, de conhecer outras maneiras de leitura e buscar apresentar às crianças variados gêneros textuais. Também é importante levar para a sala de aula as experiências de leitura que as professoras tem com os adultos.
A importância das práticas de leitura e escrita envolvendo eventos de letramento, registrando suas aprendizagens e alguns fatos de aula em um portfólio ou diário de bordo, criando espaços apropriados e prevendo tempos na rotina escolar para que as crianças tenham contato com os materiais de leitura são formas de estimular o leitor.
Um conjunto de atividades de leitura e escrita de palavras e frases deve fazer parte do planejamento pedagógico das professoras desde o primeiro ano do Ensino Fundamental.
As habilidades de leitura e produção de textos envolvem o conhecimento de elementos que compõem os textos escritos, os seus estilos, a identificação do autor, da finalidade e do contexto de circulação do texto. Esses conhecimentos são construídos na prática cotidiana de leitura e escrita. É preciso prática e orientação adequada para desenvolver uma postura de leitor crítico.
As crianças começam, mesmo antes de ter domínio do sistema de escrita, a conhecer as especificidades dos gêneros textuais.
As práticas de leitura e escrita em sala de aula se concretizam naquelas situações, quando o texto se torna objeto de análise e conhecimento. As crianças devem ter oportunidade de compartilhar com suas professoras suas estratégias, seus conhecimentos, suas habilidades de leitura e escrita. É preciso ter cuidado com o vocabulário e a extensão dos textos trabalhados em sala de aula. Realizar um reconhecimento das habilidades por meio de uma avaliação diagnóstica. E a professora exercer o papel de escriba da classe, produzindo os textos coletivamente, ou o papel de leitora, lendo para todos o texto escolhido. Permitir e estimular que as escritas espontâneas sejam produzidas em sala. Aproveitar a diversidade da turma e agrupar os alunos de forma que aqueles que já decodificam e codificam possam servir de leitores ou de escribas para os colegas.A produção e a apresentação de peças teatrais, pesquisas e estudos de aprofundamento, leitura de livros ou de outros textos sobre o mesmo assunto. Observar como as crianças passam a considerar as orientações da professora no momento em que entram em contato com novos textos. A criança busca identificar o sumário do livro, seu autor, seu título.Deixar claro o objetivo das atividades e como elas deverão ser realizadas. Prever formas de fazer com que as crianças fiquem atentas.
O desenho e a brincadeira são formas de linguagem a serem exploradas no processo de alfabetização. O desenho e a brincadeira para o desenvolvimento das habilidades relacionadas à apreensão do sistema de escrita enquanto sistema simbólico, ajudam as crianças a compreender o caráter da representação. A brincadeira ajuda a criança a passar de ações concretas com objetos para ações com outros significados, possibilitando avançar em direção ao pensamento abstrato. Desenho e brincadeira são atividades que levam diretamente à escrita, porque a divergência entre o campo do significado e o da visão se repete no início do processo de alfabetização, quando a criança percebe que pode desenhar também a fala.
O tema central do meu projeto serão as brincadeiras e os brinquedos.

Bibliografia:
Ferreiro, E; Teberosky, A. Psicogênese da língua escrita. Porto Alegre: Artes Médicas, 1991.
Soares, M. Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte: Autêntica, 1998.
Vygotsky, L. S. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. São Paulo: Martins Fontes, 1988.

Um comentário:

Catia Zílio disse...

Olá, Sandra!
Teu registro traz bases teóricas e elementos importantes para refletirmos sobre o papel da escrita em nossa sociedade e seus meios e processos de aquisição. Entretanto é necessário que estabeleças relações com tuas aprendizagens.
Como estes conhecimentos transformaram ou te permitiram revisar tua prática pedagógica?
Observe que a frase final, (na qual começas a fazer relação com a tua prática) parece um pouco desconectada do restante do texto.
Lembre-se: é importante trazer evidências concretas das tuas aprendizagens.
Abraços, Cátia